Em geral, buscamos a psicoterapia quando nos deparamos com algum mal-estar em nossas vidas, seja em nosso ambiente de trabalho, familiar, no relacionamento conjugal ou ainda em alguma outra esfera pessoal. São situações ou acontecimentos que nos despertam angústia e diante dos quais podemos sentir que não conseguimos lidar com tais eventos sozinhos. O processo psicoterapêutico é um espaço no qual o paciente pode dedicar-se a si próprio, trata-se de uma pausa em sua rotina, um tempo e um local em seu cotidiano que ele reserva somente para si, para poder entrar em contato com suas questões e com o que lhe afeta.
Salienta-se que entrar em contato com o que é fonte de angústia não é tarefa fácil, pois o paciente não deve esperar que a solução para as suas questões venha somente de fora, mas sim deve se implicar em seus questionamentos, inquietações e aflições, se permitindo pensar que posicionamento adota frente a tudo isso. A psicoterapia possibilita que possamos nos tornar responsáveis por nossas escolhas e pela forma como nos posicionamos frente a impasses e desafios com os quais nos deparamos.
Mas então qual o papel do psicoterapeuta nesse cenário, uma vez que o paciente lhe procura com a expectativa de resolver seus conflitos internos? É importante compreendermos que o trabalho da psicoterapia é construído a partir do vínculo que vai sendo estabelecido entre o profissional e o paciente, isto é, essa dupla é parte determinante do trabalho a ser realizado. A partir da relação de confiança que vai sendo firmada entre o psicólogo e o paciente, as questões trazidas por esse último poderão ser significadas ou resinificadas e podemos dizer que esta é uma das maiores possibilidades que o atendimento psicológico traz: conferir sentido às vivências de quem o busca, propiciando com isso uma maior percepção de si e até mesmo do ambiente ao seu redor.